Dia do Idoso

 

Dia do Idoso 

     No dia 5 de outubro de 2023 celebrou-se em Oleiros o Dia do Idoso, que reuniu no pavilhão Multiusos cerca de 900 idosos de todo o concelho. À semelhança de anos anteriores, a principal ação das celebrações centrou-se num monumental almoço coletivo oferecido pelo Município.

     Antes de servir o repasto realizou-se no mesmo local uma missa presidida pelo padre Luís. Esta ideia de introduzir no programa uma missa é algo estranha. É caso para perguntar “por alma de quem?” Nem sequer era um domingo ou dia de qualquer festividade religiosa. Ademais, o local e o ambiente não reuniam as condições ideais para um ato litúrgico. As pessoas que quiseram assistir à missa estavam já ajeitadas nas mesas em que iriam almoçar e nem sequer respeitavam o silêncio que aquele ato de culto exigia, como também o não respeitavam os mirones que por ali cirandavam à espera do almoço. Havia no ar um bruaá nada condizente com aquele ato religioso, agravado pela péssima acústica do salão, que nem sequer permitia ouvir a prédica do celebrante.

     Terminada a missa, entrou no salão o pessoal que lá fora esperava pelo fim da cerimónia e os que, sabendo da programação do evento, só lhes interessava o repasto e a diversão.

     Os participantes no convívio estavam agrupados pelas dez freguesias do concelho, em longas mesas corridas, bem sinalizadas com os nomes das ditas freguesias. Sentavam-se também em lugares reservados algumas personalidades convidadas: autarcas, padres, o comandante dos bombeiros e o comandante da GNR. Noutro local sentavam-se os músicos, juntamente com os motoristas da Câmara, estes, destacados para transportar os idosos dos variados lugares do concelho até à vila.

     A orientação da festa e o serviço de mesas esteve a cargo de um numeroso grupo de voluntários, todos funcionários do município, sempre com um sorriso nos lábios, amparando os longevos mais débeis e mostrando grande eficiência nas variadas funções que ali desempenhavam.

     O serviço de “catering” foi prestado por uma empresa do Moucho, que apresentou uma ementa de qualidade satisfatória e quantidade adequada, sendo o prato principal “arroz à valenciana”.

    Durante o almoço apresentou-se em palco, para uma curta intervenção, o coro da Universidade Sénior de Oleiros, cujos elementos, na sua maioria, também estavam inscritos para as celebrações do Dia do Idoso. Devido à já referida péssima acústica do salão e ao permanente falatório dos comensais, o som das vozes corais e dos instrumentos musicais perdeu-se no meio de todo aquele chinfrim que pairava no ar. Perdeu-se também a formalidade que a atuação deveria ter, devido à interação entre alguns membros do coro e elementos do público, embora a formalidade neste tipo de eventos seja discutível. Todavia, já que o coro iria apresentar um espetáculo público, estava em palco e se apresentava fardado, deveriam ser respeitados alguns aspetos formais. A maestrina chegou mesmo amostrar-se incomodada com um diálogo descontraído, mas descabido, entre uma coralista e uma senhora do público, no momento em que se devia iniciar uma das peças do reportório.

     Seguiu-se outro espetáculo de música ligeira, apresentado por um grupo de fora, a que se juntou o padre José António da Cruz Afonso com a sua viola. O conjunto musical executou um reportório muito alegre, com algumas canções brejeiras, bem ao gosto daquela plateia, e pôs a dançar os menos trôpegos e os mais foliões. Nem sequer faltou o “apita-ó-comboio” a cirandar por todo o salão.

     Entretanto foram distribuídas lembranças a todos os idosos, que, por uma questão de organização e boa gestão do limitado “stock” das prendas, foram mandados sentar nos respetivos lugares. 

     Depois da partilha de um grandioso bolo, servido pelos voluntários, deu-se a retirada paulatina da maioria dos presentes. Os mais renitentes continuavam a dançar alegremente.

 

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