Orquídeas silvestres em Oleiros

 

Orquídeas silvestres em Oleiros

   Alguém disse, e bem, que a orquídea está para o mundo vegetal, assim como o homem está para o mundo animal. De facto, de todas as plantas conhecidas, a orquídea é a que se encontra num estado evolutivo mais avançado.

   Quando se fala de orquídeas, a ideia que se tem, em geral, é a daquelas flores muito bonitinhas que se vendem nas floristas: são as orquídeas cultivadas. No entanto, as orquídeas silvestres não são menos belas e fascinam por algumas admiráveis subtilezas, desconhecidas do homem comum.

   O que é uma orquídea? Não é preciso entrar em grandes detalhes botânicos para a identificar. Basta olhar com alguma atenção para a flor: tem sempre 3 sépalas e 3 pétalas, uma das quais se destaca bem das outras duas. Esta pétala apresenta-se sempre pendente e, em certas espécies, imita a forma de um inseto, com vista à polinização.  Claro que a planta tem outras características, mas um leigo em botânica não precisa de saber mais nada para reconhecer este maravilhoso ser vivo.

   A maioria das espécies de orquídeas silvestres ocorre em solos básicos (calcários), todavia em Oleiros, onde os terrenos são ácidos, é possível encontrar algumas espécies. No Porto d’Álvaro, no Vale das Ovelhinhas e no Milrico, entre outros lugares, já foram observados alguns exemplares de satirião-macho (Orchis mascula), heleborina-branca (Cephalanthera longifolia), heleborina-lusitana (Epipactis lusitanica), heleborina-vermelha (Epipactis tremolsii), salepeira-de-lange (Orchis langei) e erva-língua (Serapias lingua). É possível que existam outras espécies na região de Oleiros, pelo que se desafiam os amantes da Natureza a procurá-las no campo, agora, no mês de Maio, em que muitas das espécies se encontram em floração.