O Tulipeiro da Fonte dos Braços
O
Tulipeiro da Fonte dos Braços
Encontra-se em floração o magnífico tulipeiro, localizado na margem
esquerda da ribeira de Oleiros, no sítio denominado Fonte dos Braços. Trata-se
de uma árvore ornamental de grande porte, da mesma família das magnólias, a que
foi atribuído o nome científico de Liriodendron
tulipifera.
Supõe-se que foi plantado no início do século XIX, por decisão de um dos
titulares da Casa Grande, certamente apreciador de árvores exóticas, como se
pode deduzir da existência, em tempos idos, de outras árvores ornamentais de
grande estatura e de interesse paisagístico, nos terrenos adjacentes à casa
senhorial daquela notável família oleirense.
Por negligência e lamentável dendrofobia de alguns dos seus herdeiros,
desapareceu grande parte desse precioso acervo florístico. A ignorância de
muitas pessoas, associada a uma lastimável incúria, leva a que certos bens
patrimoniais da vila sejam subestimados ou mesmo ignorados. A este propósito
refira-se que o majestoso tulipeiro da Fonte dos Braços é muitas vezes
confundido com outras árvores, a tal ponto que, numa placa mandada colocar pela
Junta de Freguesia, perto daquela árvore, foi-lhe dado o nome de choupo (!),
sendo mais tarde substituída por outra placa corrigida. Todavia, uma versão em
língua inglesa contida no mesmo letreiro, por razões desconhecidas, mantem o
nome de “choupo” (poplar).
Salvaguardando as boas intenções da Junta, é de salientar que o conteúdo da placa
inicial era da responsabilidade de um “especialista” contratado pela autarquia,
afinal pouco versado em matéria de botânica.
As características mais relevantes de um tulipeiro, em termos de
morfologia externa, são as suas lindíssimas flores em forma de taça, que fazem
lembrar as de uma tulipa (daí o nome vulgar da árvore), e o desenho
inconfundível das suas folhas de quatro lobos. O espécime que se encontra na
Fonte dos Braços tem a altura de mais de 20 metros, uma projeção de copa no
solo de cerca de 200 metros quadrados, e um tronco com um PAP (perímetro
à altura do peito) de 5 metros.
Admite-se que seja indivíduo único na freguesia de Oleiros. No concelho
existem mais três exemplares: dois no recinto de festas do Senhor do Vale
Terreiro, na freguesia da Madeirã, muito incipientes, e um outro, com notável
pujança, numa propriedade privada da mesma freguesia.
Excelente ideia, a de sensibilizar as pessoas para o que existe no lugar de cada um! Geralmente, passamos nos sítios com palas nos olhos e não vemos o que há de mais belo para ver. Obrigada por estas explicações. Viva Oleiros e a sua boa gente!
ResponderEliminarfátipadruga
Dankon, kara padruga pro viaj belaj vortoj!
EliminarQue bom!!! Finalmente, um espaço para o seu autor poder partilhar toda a sua sabedoria, levar-nos com ele a conhecer o maravilhoso mundo das plantas e a descobrir um bocadinho mais dessa terra magnifica, com cheirinho a pinhal, que é Oleiros. Sem dúvida, que este blog promete!!! Obrigada pela partilha, vou ser uma leitora assídua!!! Johanino
ResponderEliminarEu não entendo quase nada de plantas embora adore tudo o que se relaciona com a natureza ( vegetal ou não) mas é um prazer enorme ler as tuas palavras. A forma como " passas para este lado" a riqueza que possuis. Obrigada.
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