O FREIXO
O
FREIXO
O freixo é uma árvore de grande porte, caducifólia, pertencente à família das oleáceas, muito robusta e de crescimento
rápido. Pode atingir a altura de 25 metros e uma longevidade de cerca de 200
anos. Apresenta uma copa alta e irregular, preferindo solos frescos e profundos,
ocorrendo, por isso, com muita frequência, nas margens dos cursos de água. É
muito resistente ao frio e ao vento. As suas folhas são compostas por 5 a 13
folíolos, as flores são nuas, isto é, não possuem pétalas, e os frutos são
sâmaras agrupadas em cachos.
Esta magnífica árvore utiliza-se como planta
ornamental, mas também oferece algumas utilidades práticas, nomeadamente o
aproveitamento da sua madeira dura, pesada e elástica, para produzir peças de marcenaria, cabos para ferramentas, e até para a manufatura de remos
e guitarras. Dá boa lenha e carvão, e as suas folhas constituem uma nutritiva forragem
arbórea para ovinos, caprinos, e bovinos.
A distribuição geográfica do freixo ocorre
um pouco por todo o país, existindo muitas povoações, cuja toponímia está
relacionada com esta árvore.
Em Oleiros encontram-se alguns exemplares mencionáveis, o mais conhecido dos quais é, talvez, o “freixo do adro”, situado
na parte detrás da igreja matriz, a que as pessoas mais velhas da vila se
habituaram a chamar “azereiro”. Curiosamente, já o bispo de Angra do Heroísmo,
D. João Maria Pimentel, nas suas “Memórias da Vila de Oleiros e do seu
Concelho” (pág. 92), lhe dá este nome. Nas visitas guiadas à vila é frequente
ouvir dizer ao guia que este freixo deverá ter 200 ou 300 anos. Ora, lendo
atentamente o que escreve o bispo de Angra, não é crível que aquela árvore tenha
idade tão longa.
No recinto das festas de Santa Margarida,
existe um espécime plantado nos anos 40 do século passado, que tem tido
um crescimento muito lento, devido à magreza do solo em que está implantado.
Juntamente com outro (que se perdeu), faziam parte integrante da esplanada, que,
em tempos idos, era obrigatória no arraial dos festejos. A sombra dos jovens
freixos era então muito procurada pelo público frequentador daquela verbena.
Atualmente, para além dos já citados, são vários os freixos que se
podem encontrar por toda a vila, pertencentes a duas espécies: Fraxinus angustifolia
(freixo-de-folhas-estreitas) e Fraxinus
latifolia (freixo-de-folhas-largas). Existem sete na Devesa (atual Largo do
Município), sendo cinco de folhas estreitas e dois de folhas largas. No
Espírito Santo florescem quatro belos exemplares, dois de cada espécie. No
Adro, além do já referido, encontram-se mais dois indivíduos muito antigos e robustos, todos da espécie freixo-de-folhas-estreitas, também conhecido por freixo-comum.
Num passado não muito distante,
lamentavelmente, foi abatido no Casal, na margem direita da ribeira, sem motivo
plausível, um majestoso freixo. Esta bela árvore era muito procurada no verão,
para piquenicar à sua sombra deleitosa. Foi mais um triste episódio, revelador
da fraca sensibilidade de alguma gente para as coisas belas da Natureza.
Muito bem sr. Alcino. Parabéns.
ResponderEliminarFantástico texto! Tenho a certeza que agora vou olhar para estas árvores com muito mais atenção!!!
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