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A mostrar mensagens de maio, 2023

AS ÁRVORES DA DEVESA

  AS ÁRVORES DA DEVESA      O espaço, popularmente conhecido em Oleiros por Devesa, a que recentemente foi dado o nome de Praça do Município, nunca teve apetência para construções de grande vulto, dada a constituição geológica do seu subsolo, pouco favorável a tal fim. Trata-se de um terreno muito instável constituído por matéria orgânica e outros detritos acumulados ao longo dos anos, com uma ligeira escorrência para noroeste. Ainda existem evidências de uma linha de água orientada para o ribeiro dos Cancinos.      Em tempos recuados, o espaço foi utilizado como logradouro e terreno hortícola. A partir dos anos 30 do século XX começou a ser arborizado pela Câmara Municipal, onde foram introduzidas dezenas de árvores ornamentais da espécie Robinia pseudoacacia, conhecidas popularmente por “árvores-da-devesa”, das quais ainda restam 3 exemplares já muito decrépitos, mas que ainda produzem abundante folhagem. São plantas de folha caduca,...

A Mata dos Chãos

  A Mata dos Chãos    Na primeira metade do século XX prosperou no lugar dos Chãos uma mata de árvores exóticas coexistindo com outras espécies autótones. Esta exuberante mata tinha sido mandada plantar por José Antunes Pinto, veterinário de profissão, antigo proprietário das Casas da Comenda, conhecido em Oleiros por “Pinto do Adro”.    Não se conhece nenhum registo das espécies ali plantadas, todavia graças à memória de alguns oleirenses, sabe-se que, do acervo botânico daquele aprazível bosque, se destacavam muitas pináceas bem desenvolvidas, tais como abetos, cedros, larícios, pinheiros-radiatas, pinheiros-silvestres, tsugas e pseudotsugas. Como o seu proprietário apreciava a variedade botânica, juntou espécies de outras famílias, nomeadamente, ciprestes, tuias, áceres, freixos e ulmeiros.    As árvores eram plantas de grande valor paisagístico, não só pela sua beleza mas também pela raridade de algumas espécies.    Daquele rico p...

Orquídeas silvestres em Oleiros

  Orquídeas silvestres em Oleiros    Alguém disse, e bem, que a orquídea está para o mundo vegetal, assim como o homem está para o mundo animal. De facto, de todas as plantas conhecidas, a orquídea é a que se encontra num estado evolutivo mais avançado.    Quando se fala de orquídeas, a ideia que se tem, em geral, é a daquelas flores muito bonitinhas que se vendem nas floristas: são as orquídeas cultivadas. No entanto, as orquídeas silvestres não são menos belas e fascinam por algumas admiráveis subtilezas, desconhecidas do homem comum.    O que é uma orquídea? Não é preciso entrar em grandes detalhes botânicos para a identificar. Basta olhar com alguma atenção para a flor: tem sempre 3 sépalas e 3 pétalas, uma das quais se destaca bem das outras duas. Esta pétala apresenta-se sempre pendente e, em certas espécies, imita a forma de um inseto, com vista à polinização.   Claro que a planta tem outras características, mas um leigo em botânica n...

O FREIXO

  O FREIXO    O freixo é uma árvore de grande porte, caducifólia, pertencente à família das oleáceas,  muito robusta e de crescimento rápido. Pode atingir a altura de 25 metros e uma longevidade de cerca de 200 anos. Apresenta uma copa alta e irregular, preferindo solos frescos e profundos, ocorrendo, por isso, com muita frequência, nas margens dos cursos de água. É muito resistente ao frio e ao vento. As suas folhas são compostas por 5 a 13 folíolos, as flores são nuas, isto é, não possuem pétalas, e os frutos são sâmaras agrupadas em cachos.    Esta magnífica árvore utiliza-se como planta ornamental, mas também oferece algumas utilidades práticas, nomeadamente o aproveitamento da sua madeira dura, pesada e elástica, para produzir peças de marcenaria, cabos para ferramentas, e até para a manufatura de remos e guitarras. Dá boa lenha e carvão, e as suas folhas constituem uma nutritiva forragem arbórea para ovinos, caprinos, e bovinos.    ...

O Tulipeiro da Fonte dos Braços

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  O Tulipeiro da Fonte dos Braços    Encontra-se em floração o magnífico tulipeiro, localizado na margem esquerda da ribeira de Oleiros, no sítio denominado Fonte dos Braços. Trata-se de uma árvore ornamental de grande porte, da mesma família das magnólias, a que foi atribuído o nome científico de Liriodendron tulipifera .    Supõe-se que foi plantado no início do século XIX, por decisão de um dos titulares da Casa Grande, certamente apreciador de árvores exóticas, como se pode deduzir da existência, em tempos idos, de outras árvores ornamentais de grande estatura e de interesse paisagístico, nos terrenos adjacentes à casa senhorial daquela notável família oleirense.    Por negligência e lamentável dendrofobia de alguns dos seus herdeiros, desapareceu grande parte desse precioso acervo florístico. A ignorância de muitas pessoas, associada a uma lastimável incúria, leva a que certos bens patrimoniais da vila sejam subestimados ou mesmo ignorados. ...

Introdução

  Este blogue foi criado no âmbito da disciplina de informática da Universidade Sénior de Oleiros e terá como tema central a abordagem da flora da região de Oleiros. Assim, serão abordados neste espaço cibernético, curiosidades botânicas, questões práticas relacionadas com as plantas locais, e outros aspectos considerados relevantes do mundo destes maravilhosos seres vivos. Poderão ainda ser tratados, de forma subsidiária, assuntos de interesse local